quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A menina e o barril - Reescrita





















Ninguém sabe mais há quanto tempo aconteceu, mas conta-se na aldeia que numa certa ocasião havia entre nós uma jovem muito bonita. Ela e as amigas costumavam brincar na praia e por vezes, lá passavam grande parte do tempo.

Numa dessas manhãs, no vai e vem das ondas, encontraram uma concha. E pensando haver mais conchas, as amigas ficaram o resto do dia procurando por mais e nem perceberam que já era noite.

Quando se deram contam, sairam correndo em direção a aldeia, pois sabiam que os pais estavam preocupados. No meio do caminho, a menina muito bonita, lembrou da concha e quis voltar para pegar, mas as outras não quiseram voltar, pois estava muito escuro e elas tinham medo dos espíritos da noite.

A menina, então resolveu ir sozinha. Chegando a praia, para espantar o medo da escuridão e dos espíritos, a menina começou a cantar. Ela não encontrou a concha, mas sentado em uma pedra, estava um duende e ele disse:

- Nossa, que voz mais linda você tem!

- Você não viu uma concha bem bonita que estava aqui?

- Não, mas cante um pouco mais.

Como a menina estava com medo do duende, resolveu cantar.

Enquanto a menina cantava, o duende a colocou rapidamente em um barril, sem que a menina tivesse tempo de fugir.

E assim, o duende saiu de aldeia em aldeia, com a menina no barril. Ao chegar a uma aldeia, ele fazia um trato com os moradores; se eles lhe dessem comida, o duende daria a eles uma música bem linda. E assim que a comida chegava, ele cutucava a menina, que cantava de medo. O duende comia quase tudo, só dava a menina restos e migalhas.

O duende passou por muitas aldeias, sempre se fartando de comida e enganado as pessoas, em algumas aldeias, eles ficaram muito tempo, pois as pessoas ficavam encantadas com a voz da menina no barril.

Um dia, o duende chegou a aldeia da menina e fez o mesmo trato. Quando a menina começou a cantar, seus pais reconheceram sua voz:

- É a nossa filha!

Então, eles tiveram uma idéia: deram muita comida ao duende e junto, uma bebida bem forte, que ele bebeu tudo. Depois de comer e beber muito, o duende caiu no sono pesado. Os pais da menina abriram o barril e a retiraram de lá. Foi uma alegria muito grande.

Para dar uma lição ao duende, encheram o barril de formigas e abelhas muito ferozes. Quando o duende acordou, pegou seu barril e seguiu para outra aldeia, a fim de conseguir mais comida e bebida as custas da voz da menina.

Quando chegou na aldeia mais próxima, fez o trato de sempre e quando cutucou o barril, de lá saíram as abelhas e formigas e atacaram o duende que saiu correndo para o meio da floresta.

O que aconteceu com a menina?




















Depois que o duende desapareceu, a menina lembrou da concha e perguntou:

- Pai e mãe, posso ir à praia?

E eles responderam que não. Com isso, ela resolveu ir assim mesmo.

Quando chegou lá, viu que no lugar da concha havia um bilhete do duende; falando que ele tinha pego a concha, mas que os espíritos da floresta tinham tomado a concha dele.

A menina ficou muito chateada e ao mesmo tempo com muita raiva e resolveu se preparar para enfrentar os espíritos da floresta.

Primeiro, ela queria encontrar o duende. A noite, quando todos estavam dormindo, ela foi encontrar o duende. Porém, ela não notou que um menino a viu saindo e a seguiu, para saber onde a menina estava indo.

Eles andaram a noite inteira e só no dia seguinte, a tarde, ela notou que estava sendo seguida.

Então, ela percebeu que na verdade o menino era um espírito da floresta, que a viu saindo de casa, enquanto seus pais estavam dormindo.

Para espantar o medo, enquanto caminhava, ela cantava. Mas a cantoria não deu certo e o medo continuou. Então, ela começou a gritar de medo.

O menino espírito, ficou de longe, só olhando.

A menina foi gritando até a praia e lá viu muitas conchas. Ela queria todas as conchas, mas como estava com medo do menino, resolveu perguntar o que ele queria:

- Ei, menino, por que você está me seguindo?

- Estou seguindo, porque sou um menino espírito, protetor. Você já foi teimosa uma vez e se deu mal. E saiu de novo, sozinha e escondida para procurar sua concha.

- Ah, eu estava com medo de você!

- Eu vi a gritaria que você fez. Agora, pegue logo uma concha e volte para a sua aldeia. Eu vou com você, mas nunca mais saia sozinha sem a autorização dos seus pais.

- É verdade, você tem razão. Muito obrigada por cuidar de mim. Vou para casa e nunca mais vou desobedecer.

E assim, a menina voltou para casa e ela e o menino espírito viraram grandes amigos.

domingo, 15 de agosto de 2010

O aconteceu com a aldeia em que a menina morava?





















E passado muito tempo, a menina, cresceu e ficou feia. Já a aldeia, foi mudando e mudando; novos moradores apareceram e a aldeia foi aumentando cada vez mais e com isso, foram destruindo as árvores, para poder aumentar ainda mais a aldeia.
Chegaram pessoas de fora, que quando viram o tamanho da aldeia, ficaram impressionados com o tamanho e não gostaram nem um pouco. Eles falaram com os pais da menina crescida, que agora eram os chefes da aldeia, para que parassem de derrubar as árvores e para que a aldeia voltasse a ser pequena, mas eles não deram ouvidos a eles. Então, eles falaram:
- Se vocês continuarem a cortar as árvores, os espíritos da floresta, virão para cá!
O chefe, nem ligou e continuou aumentando a aldeia e cortanto mais árvores. E os visitantes foram embora, muito tristes.
A jovem, filha do chefe, pediu ao pai que parasse, pois ela era uma boa menina, mas o pai não deu-lhe ouvidos.
Dois dias se passaram e os espíritos da floresta apareceram na aldeia, quando todos estavam dormindo e pegaram a filha do chefe e colocaram-na em um saco bem grande e escuro, de onde ela não conseguia sair. Eles colocaram o saco com a jovem no meio da mata e avisaram ao pai da menina que se não parasse, algo muito ruim iria acontecer.
A jovem tentou e tentou sair de lá, mas não conseguiu. Enquanto isso, os espíritos passaram a assombrar a floresta, a assustar os animais e amedrontar as pessoas.
Apesar da jovem gritar e pedir ajuda, ninguém a ouvia.
Seus pais e amigos, acharam que ela tinha ido embora, por ter ficado feia e não pensaram em procurá-la na floresta. E o desmatamento continuou, porque o pai da menina queria ter a maior aldeia da região.
As pessoas, com medo dos espíritos, começaram a ir embora, o rio foi secando e assim a terra foi virando um deserto, onde nada crescia. Quando os pais da menina viram o que tinham feito, pediram perdão aos espíritos, mas eles disseram:
- Tarde demais! A destruição já foi feita. E sua pobre filha, ficou no meio das árvores enquanto eram cortadas e sentiu a dor de todas elas, ela gritou por muitos dias, mas vocês estavam tão ocupados com sua ganância que se esqueceram dela!
- O quê? - disseram os pais - Vocês pegaram nossa filha? Onde ela está?
- Ela está em um saco grande e escuro, no meio do deserto, que já foi floresta.
Quando os pais chegaram, abriram o saco e lá só encontraram a concha que a menina gostava e uma voz falou:
- Pai e mãe, vocês foram pessoas muito más, se esqueceram do eu passei e foram gananciosos como o duende que me colocou em um barril. Agora, eu me transformei em um espírito protetor de todas as árvores e vocês estão condenados a viver vagando por toda a terra, sem casa, sem lar, sem ninguém, passando sede e vivendo de esmolas.

O que aconteceu com o duende?
























Depois do ocorrido, o duende, picado, mordido e ferroado, ficou exausto e foi cochilar em um cantinho, perto da maior árvore da mata.
Quando acordou, espiou para ver se as abelhas e formigas já tinham ido embora.
Como o duende era muito persistente e vingativo, rapidamente bolou um plano, mas ele precisava de um ajudante forte e ágil para ajudá-lo.
E esse ajudante, era um índio que estava perdido na mata, ele queria uma bela vingança também, contra a aldeia, pois tinha sido expulso de lá, por não se comportar direito.
Então, o duende fez um acordo com o índio. O acordo era o seguinte: se eles conseguissem se vingar da aldeia o índio viraria líder da aldeia e o duende ficaria com toda a comida.
Para conquistar a aldeia, eles usaram a concha da menina, que na verdade era um amuleto que transformava todos os animais em escravos. O índio disse umas palavras esquisitas e assim os animais da floresta, entraram na aldeia, amarraram todos em pedras muito grandes e assim queriam jogá-los no rio.
O que o duende e o índio não sabiam, era que o amuleto podia hipnotizar até eles mesmos. E como o duende era muito malvado, tentou quebrar o acordo com o índio e ficar com tudo só para ele. Ele falou as palavras esquisitas, mas como ele não tinha ouvido direito, falou errado e assim, ele mesmo ficou hipnotizado e desfez todas as maldades que os animais que foram hipnotizados pelo amuleto, fizeram. Ele desamarrou todas as pessoas, libertou os animais e amarrou uma pedra bem gigante nos pés e se atirou ao rio.
O índio mau, foi banido mais uma vez para a floresta, ninguém nunca mais ouviu falar do duende e todos viveram muito felizes